quinta-feira, 1 de março de 2012

A origem do desfibrilador!


                                             *Antonio Nunes de Souza
As tecnologias modernas são nada mais nada menos que invenções do remoto passado que, com a evolução do tempo, vão sendo aperfeiçoadas pelos cientistas, no sentido de melhor atender as necessidades dos homens, dando-lhes maiores prazeres e uma vida melhor e salutar.
Quando no paraíso Deus criou o homem e a mulher, mesmo cansado com a criação da fauna e da flora, não se esqueceu de nenhum detalhe que no futuro pudesse fazer falta aos animais, principalmente aos racionais.
Com a criação de dois sexos para cada espécie, embora para os homens fosse proibido fazer a junção ou comer (o que, carinhosamente, ele apelidou de maçã), esta não seria para ser comida em nenhuma hipótese (pura perseguição divina com o pobre casal).
Mas, como entre os animais ele fez também a serpente, animal rasteiro, venenoso e que gosta de ver o circo pegar fogo, não tardou a peçonhenta criatura chegar ao ouvido do casal e dar uma idéia sugestiva:
 -Eva minha filha, que tal você dar uma alisadinha naquele negócio pendurado de Adão que parece comigo?
-E não tem problema não?
-Claro que não! Você vai ver como ele vai crescer mais um pouco, ficar duro e ainda mais parecido comigo, embora em menor tamanho, lógico.
Adão, ainda inocente no caso, sentou-se, abriu as pernas e disse:
-Venha Eva, não custa nada experimentar para ver essa mágica engraçada da serpente. Eu, por mim, não estou acreditando que isso possa acontecer, mas... Quem sabe?
Eva, meio escabreada, mas bastante curiosa (mulher foi feita curiosa desde a primeira), sentou ao lado de Adão e, levemente, começou a pegar e apalpar aquele penduricalho mole e murcho imaginando que nada aconteceria.
Enquanto a serpente olhava fixamente para acompanhar o resultado, Adão e Eva se olhavam e sorriam daquela nova brincadeira que, até aquele momento, era totalmente sem graça. Então ela disse:  Não estou vendo nada, serpente!
-Calma minha filha. Continue alisando que você vai se surpreender. Disse a cobra sorrindo internamente, pois já sabia o que iria acontecer.
Eva, já bastante curiosa, continuou alisando e apalpando com as mãos e sorriu quando descobriu que, empurrando para cima e para baixo, a ponta vermelha aparecia e sumia como se fosse a cabeça de um cágado. (cágados já transitavam pelo paraíso).
Nesse instante Eva começou a sentir um pequeno latejamento e o negócio começou a crescer lentamente, inclusive já tentando levantar-se da sua letargia normal.
-Tá vendo? Já começou a surtir efeito! Exclamou o peçonhento animal, cheio de alegria pelo resultado alcançado em tão pouco tempo, para um casal totalmente inexperiente.
Eva puxou a mão assustada e disse: Oh! Meu Deus! Será que é certo o que estou fazendo?
-Não pára não Evinha, não pára não minha filha. Tá tão bom! Adão falou quase revirando os olhos.
A essa altura, Eva muito assustada, notou que o trambolho tinha aumentado quase que o dobro, estava em pé apontando para o céu, duro feito pedra e a cabeça mais vermelha que morango.
-Não vou fazer mais não porque estou com medo desse saquinho aí embaixo explodir!
-Mas Evinha do meu coração (a essa altura Adão já estava até romântico), continue que está tão bom. Eu não sei o que acontecerá, porém tenho certeza que será uma maravilha.
-Nada disso! Vou parar porque o negócio já está grande, duro em estado cataléptico e latejando como se estivesse com falta de ar. O bicho está com uma rigidez cadavérica e se Deus ver isso vai me castigar. Como será que eu posso fazer ele reviver, voltando ao que era?
Nessa hora, a serpente que adora ver as coisas completas, sugeriu logo uma solução aparentemente simples: Eva, na verdade ele está a beira da morte, cada vez mais enrijecido e esse latejo é sinal que, se não for dado um choque imediato nele, as conseqüências serão maiores e graves. Disse a maliciosa serpente, fazendo cara de preocupada, mas, por dentro se esbaldava de rir.
-Mas, como vou dar um choque no “danado” se ainda não temos energia elétrica no Paraíso?
-É muito simples: Você senta-se nele, enfia o bruto nesse buraco que você tem entre as pernas, começa a subir e descer lentamente, vai acelerando, acelerando e pronto.
-Rapaz... Isso não vai dar bronca não?
-Que nada menina, obedeça logo a bondosa serpente que eu não agüento mais esperar. Falou Adão já com os olhos esbugalhados cheios de desejos.
-Seja o que Deus quiser! Vou fazer o que vocês estão querendo, mas, se não funcionar eu não faço mais nada.
Aí, sem pestanejar, Eva abriu as pernas, se acocorou, segurou bruto com as mãos ainda com um pouco de medo e, num passe de mágica, introduziu o bitelo até o cabo, sentindo uma pequena dorzinha, porém prazerosa.
Continuou o vai-vem algumas vezes, enquanto Adão, já gostando da coisa, a segurava pela cintura para que não escapulisse.
E, sem que Eva esperasse, Adão começou a tremer e gritar: Ai que choquinho gostoso, ai que delícia, não pare não, não pare não minha Evinha...
Ela querendo se levantar por estar assustada, mas Adão a segurava pela cintura com mais força e não parava de dizer: Aí que maravilha é esse choque! É super revitalizador, meu amor (segundo a história, foi a primeira vez que foi dita a palavra “amor” na terra).
Quando Adão relaxou e abriu os braços, Eva levantou-se totalmente pasma e olhou para o penduricalho de Adão, percebendo logo que ele estava mole como antes. Ou seja: Para ela que achava que o bicho tinha morrido depois do choque, desapareceu a rigidez cadavérica, voltou à condição normal anterior sem aquela latejação estranha e a cabeça ficando cor de rosa, soltando uma gosma estranha e pegajosa.
-Então Eva perguntou: Você está bem Adãozinho?
-Como nunca minha filha! A partir de hoje, todas as vezes que “ele” ficar com a rigidez cadavérica, vou querer que você me dê um choque desses para ressuscitá-lo.
A serpente se enrolava e embolava na grama, feliz da vida por ter conseguido levar adiante seus intentos. E, nove meses depois, nascia um garoto sapeca e robusto chamado Caim.
Como vocês viram, esse foi o precursor do “desfibrilador”, que hoje é usado, especificamente, nas paradas cardíacas. Mas, as mulheres, continuam usando o seu antigo método aprendido com a serpente, e grande maioria já está sabendo ser ativa e reflexiva ao mesmo tempo, sentindo também o choquinho gostoso na hora da aplicação do antigo e maravilhoso aparelho eletro-genital.
Vale dizer que, devido a sabedoria feminina e a evolução do tempo, hoje elas são capazes de provocar a monumental sensação do choque (não é letal), não só com seu equipamento peculiar, como também através das mãos, da boca e até da bunda.
Essas mulheres são geniais! Foi a costela mais bem empregada que o homem poderia ter dado!
        *Escritor e poeta (Blog Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

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