Prof. Dr. Reginaldo de Souza Silva, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.( reginaldoprof@yahoo.com.br) |
Ou descobrimos o Diabetes, ou ele nos descobre e nos deixa mais próximos do caixão, cuide-se!
Alguns anos atrás fui surpreendido
pelo fato que narro a seguir. Cheguei ao Departamento de Filosofia e
Ciencias Humanas da UESB, como costumeiramente faço, para
desenvolver minhas atividades. Encontro em meu escaninho uma pequena
publicação, que após alguns protestos em vários departamentos,
descobri ser um calendário dos dias letivos. Fui de setor em setor
reclamando: como podem divulgar algo que ninguém pode ler? No último
departamento a secretária gentilmente me aconselhou, vá a um
oftalmologista! Fui ao referido profissional que recomendou vários
exames, sumario de urina, sangue etc. Todos indicaram o que eu não
imaginava, o DIABETES.
Ai começou a minha luta, no
primeiro instante desespero, ler tudo sobre o diabetes, suas causas,
o que fazer, como conviver e, é claro, fechar a boca, começar a
pratica esportiva! Tudo parecia não bastar, estava em risco de
morte!
Fui atrás e descobri: Existem dois
tipo de diabetes, o tipo 1, que surge quando o
organismo deixa de produzir a insulina, ou a produz
apenas em uma quantidade muito pequena, provocando o aumento do nível
de açúcar no sangue (glicemia).
E o diabetes tipo 2, quando há produção de
insulina pelo pâncreas, mas as células
musculares e adiposas (de gordura)
não conseguem absorvê-la. No primeiro caso, é preciso tomar
injeções diárias de insulina para regularizar o
metabolismo do açúcar.
No segundo, mesmo com um
fator hereditário maior do que no tipo 1, há uma grande
relação com a obesidade e o sedentarismo.
Estima-se que 60% a 90% dos portadores do diabetes tipo 2 sejam
obesos.
Há ainda outros tipos de diabetes
menos comuns: o diabetes gestacional (alteração
das taxas de açúcar no sangue detectada pela primeira vez na
gravidez, mas que pode persistir ou desaparecer
depois do parto) e o diabetes secundário
ao aumento de função das glândulas endócrinas
(em casos de tireóide, problemas na supra- renal e
na hipófise ou em tumores no pâncreas).
Os principais sintomas do paciente
diabético são sede, fome e
urina em excesso, emagrecimento,
visão embaçada, infecções repetidas na pele
ou nas mucosas, machucados que demoram a
cicatrizar, cansaço inexplicável e dores
nas pernas, entre outros. Por incrível que pareça nenhum
dos sintomas acima vivenciei.
Qual o peso do brasileiro diabético?
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a IDF (Federação
Internacional para o Diabetes) estimam que, pelo menos, metade de
todos os 250 milhões de casos de diabetes tipo 2 no mundo poderiam
ser prevenidos se fosse evitado o ganho de peso excessivo. No
entanto, pesquisa recente divulgada no 11º Congresso da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, em São Paulo,
revelou que entre os 21 milhões de brasileiros diabéticos – 11%
da população – a maioria apresenta diabetes tipo 2 e, ao
contrário do que poderia parecer, 67,6% tem peso normal ou
sobrepeso, mas não são obesos e que, dentro dessa população, 78%
está concentrada na classe C, D e E. O novo perfil do brasileiro
diabético, portanto, condiz ao cidadão de baixa renda com peso
normal, ou seja, a maioria da população.
Na saga pela convivência com o
diabetes descobri que quase nada é feito na maioria dos municípios
brasileiros para informar e oferecer as condições necessárias a
população. Limitam-se as vezes, como é o caso da cidade de Vitória
da Conquista, Ba em alugar uma pequena sala e pagar os salários de
uma única funcionária. Mas não oferece nenhum tipo de material
necessário a prevenção ou mesmo atendimento aos diabéticos. No
combate ao glaucoma, catarata e retinopatia diabética, temos agora o
apoio do HOC.
O dia 14 de novembro, é consagrado
mundialmente ao DIABETES. Precisamos, manter o foco na crescente
necessidade de educação sobre diabetes e o aumento de programas de
prevenção. Para isto é necessário:
1) Incentivar os governos a
implementar e fortalecer políticas para a prevenção e controle do
diabetes e suas complicações; 2) Disseminar ferramentas para apoiar
as iniciativas nacionais e locais para a prevenção e controle do
diabetes e suas complicações; 3) Destacar a importância da
educação baseada em evidências na prevenção e controle do
diabetes e suas complicações; 4) Aumentar a conscientização dos
sinais de alerta do diabetes e promover ações para incentivar o
diagnóstico precoce; 5) Promover ações para reduzir os principais
fatores de risco para o diabetes tipo 2; 6) Promover ações para
prevenir ou retardar as complicações do diabetes.
Descobri, somos agora os exluidos
sociais, nas empresas, escolas, lares e no comercio, ninguém está
preparado. Os preços de produtos são exorbitantes para não dizer
“um roubo”. Tudo leva açúcar ou é transformado em açúcar. O
que resta ao Diabético, muita luta, muita prevenção e é claro
viver com saúde. Afinal o diabetes é a quarta causa de doença que
mais mata.
No Dia Mundial de Combate ao
Diabetes, 14 de novembro, mobilize sua comunidade, ocupem as praças,
envolvam as entidades e reforcem a campanha oferecendo gratuitamente,
teste de glicemia capilar, verificação de pressão arterial,
avaliação nutricional, podologia (pés), consultoria jurídica etc.
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