Do Pimenta
Os funcionários do Samu 192 de Itabuna recebem os mais baixos salários da Bahia e reclamam da desvalorização. Técnicos de enfermagem, por exemplo, recebem praticamente a metade de profissionais da mesma área e que atuam no Samu de Ilhéus e Vitória da Conquista.
O salário deste profissional no Samu itabunense é de R$ 800,00, enquanto em Ilhéus e Vitória da Conquista paga-se quase o dobro, R$ 1.400,00.
- A gente vai ao secretário [Geraldo Magela] para cobrar equiparação e ele sempre fica empurrando e dizendo que aumenta quando a [gestão] plena retornar. Essa enrolação não é de agora – reclama uma das vítimas do arrocho.
Sobre o valor do salário ainda há o desconto de 8% do INSS. Líquido no bolso do técnico, só R$ 736,00. Médicos e enfermeiros também reclamam das condições precárias de trabalho e da remuneração baixa.
Os técnicos recebiam R$ 1.200,00 quando o Samu foi implantado em Itabuna, em 2004. Quando a contratação dos profissionais passou a ser feita pela Sodesp, em 2006, o salário caiu para R$ 600,00. “Foi uma vergonha”, relata um técnico em enfermagem”. A remuneração passou a R$ 800,00 quando a oscip saiu de cena.
A desvalorização atingiu todas as categorias que trabalham no Samu, segundo uma técnica ouvida pelo PIMENTA. Todos preferem não se identificar porque não são concursados e temem a perda do emprego. No comparativo com outras cidades, a defasagem é ainda maior entre os enfermeiros.
Por telefone, o secretário de Saúde de Itabuna, Geraldo Magela, disse que negocia com o sindicato dos servidores reajuste para todas as categorias do Samu 192. Ele reconhece a defasagem salarial em Itabuna, mas promete pagar até janeiro de 2012 o mesmo que recebem os profissionais de Ilhéus. “Todos vão ter recomposição já neste mês”, anuncia. “A gente já fez levantamento e só falta fechar acordo”.
A previsão de Magela é de um maior desembolso do município na contrapartida para manutenção do Samu 192, hoje em 20%, e que deve subir a 30% devido ao pagamento de salários. O Samu é mantido com 50% de recursos do Ministério da Saúde, 30% da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) e 20% do município.
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