quarta-feira, 13 de julho de 2011

Decisão de Dilma ameça rompimento o PR



O Congresso está em pé de guerra por causa da decisão da presidente Dilma Rousseff (PT) de escolher o ex-diretor executivo do Ministério dos Transportes, o baiano Paulo Sérgio Passos, para conduzir a pasta.
O problema, afirmam os caciques do Partido da República (PR), não é pessoalmente com Passos, mas pelo fato de Dilma não ter consultado o partido para a escolha.
O ex-ministro Alfredo Nascimento, líder nacional do PR, pediu demissão da pasta após ser imprensado contra a parede pela presidente por conta do escândalo de corrupção que acometeu o ministério. Pela capital federal, já se ouve muito falar na possibilidade de o PR romper com o governo.
Numa análise preliminar, é plausível o raciocínio de que não seria interessante para Dilma perder um aliado representado no Congresso por 40 deputados federais e trêssenadores.
O deputado federal baiano pelo PR Maurício Trindade não esconde a insatisfação e garante que o partido como um todo está indignado com a presidente Dilma. “É grande o risco de o PR deixar a base do governo. A insatisfação é grande”, afirmou. O parlamentar esclareceu que, com relação à escolha de Sérgio Passos, “assim como toda a bancada”, seu questionamento não é pessoal.
Trindade também não pediu segredo para dizer que, particularmente, o nome que ele indicaria seria o do ex-senador César Borges.
O republicano avalia que o fato de César já ter sido, além de senador nos oito anos do governo do ex-presidente Lula, governador da Bahia e de ser engenheiro “com muita competência técnica”. Conhecimento técnico, aliás, é um dos méritos de Sérgio Passos reconhecidos por Dilma.
Um sinal claro da insatisfação dos republicanos foi percebido ontem. Nenhum deputado do partido compareceu ao almoço dos líderes da base aliada na Câmara com a ministra das Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti. O encontro, que acontece todas as semanas, foi realizado ontem no apartamento do líder do PT, deputado Paulo Teixeira.
 O deputado Lincoln Portela (MG), líder do PR, e Luciano Castro (RR), vice-líder do governo, sempre estão presentes aos almoços, mas ontem não apareceram. Eles eram aguardados para manifestar aos colegas qual era o sentimento do partido diante da atitude de Dilma.
“O tempo todo deixei bem claro que a escolha é da presidente da República. De fato eu preferia um deputado [para o Ministério dos Transportes], afinal de contas sou líder dos deputados, depois um senador e depois o Passos. Mas não tenho problema com essa escolha.
Apenas acho que pelo fato de o partido ter sido informado de que poderia fazer a indicação para o Ministério, achamos que pelo menos tínhamos que ter sido informados e isso não aconteceu”, disse Lincoln.

do Tribuna da Bahia on line

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