quarta-feira, 23 de maio de 2012

Alice pede audiência pública para discutir Medida Provisória que modifica remuneração de milhares de servidores públicos



A deputada federal Alice Portugal (PCdoB) solicitou nesta quarta-feira (23) à Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público a realização de audiência pública para discutir a MP 568/2012. Além deste requerimento, a deputada ingressou com duas emendas supressivas à MP 568/2012, atendendo pedido da FASUBRA e de outras entidades representativas dos servidores públicos.

A deputada Alice Portugal requereu a audiência para debater as alterações propostas na Medida Provisória 568/2012, devido ao fato da matéria não ter sido “objeto de negociação ou sequer de debate em nenhum momento” em algumas entidades representativas dos trabalhadores no serviço público, como por exemplo, com a FASUBRA, que teve recusada todas as agendas de negociação.

Ao propor a audiência pública na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, a deputada alega que, embora toda Medida Provisória preveja a constituição de Comissão Mista para analisar e aprovar seu conteúdo, isto nunca aconteceu no Congresso Nacional e as MPs seguem para plenário sem qualquer discussão com os principais interessados em seu conteúdo.

Uma das emendas supressivas, de autoria de Alice Portugal, busca retirar da MP os artigos que ferem os direitos conquistados pelos médicos que trabalham na administração pública federal direta, nas autarquias e nas fundações públicas.  A jornada desses profissionais era de 20 horas semanais, conforme Lei 9436/97. A medida provisória revoga tais dispositivos da lei e estabelece a adoção de uma jornada de 40 horas, mantendo os valores da jornada de 20 horas. Prevalecendo o texto da MP, os médicos servidores federais terão seus salários reduzidos em 50%.

A deputada afirma que essa “redução é inconstitucional”. Para ela, a Medida Provisória, além de uma afronta às conquistas da categoria, trará graves prejuízos aos Hospitais Universitários e à saúde pública, “pois irá afetar um contingente de milhares profissionais”.

Para Alice “tal medida terá por consequência o aprofundamento da crise na saúde e a inviabilização do funcionamento dos hospitais universitários e de ensino vinculados às Instituições Federais de Ensino Superior”.

Demais profissionais no Executivo Federal - A outra emenda supressiva trata das reduções financeiras dos adicionais de insalubridade e de periculosidade. Para a deputada Alice Portugal, a redução em termos financeiros dos adicionais não impedirá o trabalhador de se expor aos riscos inerentes das funções, mas a mudança é tão “somente para minimizar os custos das despesas de pessoal” e “não trata da essência do direito à vida, como deveríamos estar tratando”, afirmou.

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